Linhas de Pesquisa
As linhas de pesquisa da BibliASPA contemplam diversas áreas em temas árabes, africanos e sul-americanos. O objetivo é promover a reflexão crítica sobre essas temáticas.
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Veja abaixo as principais linhas de pesquisa:
NÚCLEO REFÚGIO EM PESQUISA – Refugiados no Brasil e no mundo
É crescente o número de refugiados em São Paulo e em outras cidades do Brasil; nos últimos quatro anos, o número de refugiados aumentou mais de dez vezes, e este configura um dos temas de maior expressão na contemporaneidade tanto no país quanto no âmbito internacional. Todos os dias, veem-se notícias a respeito do grande fluxo de pessoas que almejam melhores condições de vida e uma alternativa a situações de perseguição. A BibliASPA busca promover a integração dos refugiados, trabalha por sua auto-suficiência e pela assistência social básica (como moradia, saúde, alimentação, vestuário, obtenção e renovação de documentos) e desenvolve pesquisas afins.
Entre os temas associados a essa linha de pesquisa, destacam-se:
I) Refugiados, educação, aprendizado de português e aspectos linguísticos
II) Refugiados e inserção na sociedade
III) Refugiados, infraestrutura e ocupação urbana
IV) Refugiados e representação na mídia
V) Refugiados, direitos humanos e aspectos jurídicos
VI) Refugiados e democratização do acesso aos serviços públicos
VII) Refúgio e política externa brasileira
VIII) Refugiados, aspectos culturais e produção artística
IX) Turismo afro-árabe e refugiados
X) Refugiados, generalizações e discriminação
XI) Refugiados e aspectos psicológicos: do deslocamento à integração e inserção
XII) Refugiados: saúde, cultura e educação
XIII) Refugiados e culinária
NÚCLEO AMRÍK
Projeto Imigração Árabe na América do Sul
O Centro Amrík – Projeto Imigração Árabe e Muçulmana na América do Sul -, um dos grupos de pesquisa da BibliASPA, propõe-se a estudar a presença árabe na América do Sul por meio de fontes orais, textuais e iconográficas. A América do Sul foi um dos principais destinos escolhidos por comunidades árabes que migraram no contexto do Império Otomano e posteriormente.
NÚCLEO DE PESQUISA EDWARD SAID
Orientalismo e estudos pós-coloniais: invenções de um Oriente e de espaços não-ocidentais
A construção teórica do Oriente, que aparece em obras do século XIX e início do XX, teve como objetos iniciais o Egito, a Palestina, a Síria, a Argélia e Marrocos, entre outros, de acordo com os estudos teóricos de Edward Said, em especial “Orientalismo”, de 1978. Em seguida, analisou-se a representação de regiões como o sub-continente indiano, a África Subsaariana, a China e o Japão. Said antecipou uma corrente dos estudos culturais, os estudos pós-coloniais, que têm como origem desenvolvimentos teóricos produzidos por intelectuais radicados em centros acadêmicos metropolitanos, mas provenientes de regiões consideradas periféricas, especialmente de antigas colônias britânicas e francesas.
O intelectual Edward Said era conhecido por sua eloqüência, limpidez e lucidez de raciocínio e perspectiva insubmissa. Seus ensaios versavam sobre crítica literária, música, história e migração, sobre Bach, Baldwin, Conrad (cuja obra O Coração das Trevas ecoa em alguns de seus escritos), Gramsci, Lukács, Mahfuz, Melville, Merleau-Ponty, Nietzsche, Vico, V.S. Naipaul, Umm Kalthum e Glenn Gould, entre outros. Nascido na Palestina, viu boa parte de sua família tornar-se refugiada e lecionou muitos anos em Nova Iorque. Redigiu obras fundamentais como “Orientalismo”, “Reflexões sobre o Exílio” e “Cultura e Política”.
NÚCLEO IBN BATTUTA
Narrativas de viagem como metáfora da busca pelo conhecimento
A viagem como uma metáfora e prática torna possíveis o autoconhecimento e o conhecimento dos outros. Embora o Islã e o Ocidente sejam cada vez mais retratados como hermeticamente selados e antagônicos, sabe-se que suas fronteiras são permeáveis, atravessadas por viajantes de muitas direções cujas trajetórias revelam características comuns na produção transcultural do conhecimento. Imaginar que se trata de duas entidades uniformes cujas fronteiras são claramente demarcadas apaga as fissuras dentro de cada categoria e as dívidas históricas mútuas entre elas, sem citar a intensa interpolinização contemporânea.
Na medida em que a ligação explícita entre a viagem e a busca do conhecimento é ela mesma móvel, pois transcende as fronteiras culturais e históricas para evocar ressonâncias e ansiedades através da língua e do tempo, a viagem é um termo de tradução, e os relatos dessas viagens são também atos de tradução, práticas de ver, fazer, fazer-se ver, ouvir e fazer-se ouvir. Cada novo encontro revela diferentes vetores de comparação para o viajante.
O intelectual Edward Said era conhecido por sua eloqüência, limpidez e lucidez de raciocínio e perspectiva insubmissa. Seus ensaios versavam sobre crítica literária, música, história e migração, sobre Bach, Baldwin, Conrad (cuja obra O Coração das Trevas ecoa em alguns de seus escritos), Gramsci, Lukács, Mahfuz, Melville, Merleau-Ponty, Nietzsche, Vico, V.S. Naipaul, Umm Kalthum e Glenn Gould, entre outros. Nascido na Palestina, viu boa parte de sua família tornar-se refugiada e lecionou muitos anos em Nova Iorque. Redigiu obras fundamentais como “Orientalismo”, “Reflexões sobre o Exílio” e “Cultura e Política”.
NÚCLEO AMADOU HAMPÂTÉ BÂ
Religião, identidades étnicas e hibridismos: narrativas de origem, oralidade, disciplina dos corpos e experiências trans-regionais
O grupo também se propõe à análise dos processos de constituição dos campos religiosos, enfatizando as interações trans-regionais que articulam diversos sentidos e significados das experiências históricas e textuais das religiões. De acordo com Subrahmanian, as conexões de idéias dentro das espacialidades dos impérios permitem flexibilidades relaborações das experiências sociais do sagrado em contextos transnacionais e diaspóricos. A flexibilidade das práticas religiosas resulta também em processos de controle e disciplinarização dos corpos que, na acepção de Foucault, traduzem em si mesmos a idéia de campo religioso como lugar de enunciação da experiência. As reflexões sobre a ativação de identidades múltiplas em contextos diversos e o hibridismo característico dos contatos e dos imaginários permitem ampliar a compreensão sobre as representações do outro e sobre a auto-imagem.
NÚCLEO DE PESQUISA TÁRJAMA
Tradução e análise de manuscritos e obras em árabe, turco otomano, persa, kiswahili, tamil, konkani, português e espanhol
O objetivo é promover a leitura e a análise de manuscritos e textos-chave traduzidos diretamente da língua original, seja árabe, turco otomano, persa, kiswahili, malaio-indonésio, tamil, konkani, português, espanhol, inglês ou francês, entre outras, sem um idioma intermediário entre o texto de partida e o de chegada. A proposta de traduzir diretamente da língua original visa contribuir para uma mudança nesse quadro e reduzir a dominação linguística e cultural dos centros hegemônicos.
NÚCLEO DE PESQUISA FUNÚN
Arte Contemporânea no Oriente Médio: Entre a tradição cultural, linguística, religiosa e os fluxos transnacionais
Esta linha explora a interface sociedade-estado pela análise comparada da produção artística de países do Oriente Médio, fazendo uma leitura crítica da ideia de especificidade islâmica (e outras pertenças religiosas), em especial diante de identidades nacionais e linguísticas e da diversidade de experiências. Serão examinadas formas de arte tradicionais reinterpretadas ou reformuladas, bem como novos meios de expressão visual, e sua inserção em fluxos transnacionais de bens simbólicos.
NÚCLEO CHE GUEVARA
Experiências nacionais comparadas: América Latina e países árabes
O processo de construção das nacionalidades latino-americanas a partir do pós-Segunda Guerra Mundial apresentou novas perspectivas de pensar laços trans-regionais, dada a emergência histórica do terceiro-mundismo como alternativa intelectual e política, inaugurada pelos países afro-asiáticos na Conferência de Bandung (1959).
Nesta linha, enfocar-se-ão as relações entre a América Latina e os países árabes, desde o contexto da imigração decorrente no fim do Império Otomano aos estudos das relações diplomáticas, militares, culturais e econômicas face ao contexto da Guerra Fria.
Dar-se-á ênfase às relações intelectuais, artísticas, religiosas e políticas contemporâneas face ao contexto da globalização e das resignificações das identidades das comunidades árabes diaspóricas nas Américas.
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